Plano camponês e Soberania Alimentar marcam o debate no Encontro Estadual

O Plano Camponês, a Soberania Alimentar também foram temas de debate e reflexão no primeiro dia do Encontro Estadual, mediada pela Dirigente Nacional Maria Kazé.
Maria inicia sua fala afirmando que o Plano Camponês nasce da solidariedade de classes, entre a classe camponesa e a classe operária, tendo em vista que ambas são trabalhadoras, sustentam a nação e são exploradas pelo mesmo inimigo capitalista.  O plano camponês surge  da certeza e do antagonismo dos projetos políticos, campesinato x agronegócio.
No decorrer do diálogo junto aos camponeses/as foi explanada as três teses do campesinato, sendo estas: “O fim do campesinato” que defende que o campesinato será extinto tornando-se proletariado, “Metamorfose do campesinato” o campesinato irá se modernizar tornar- se um agricultor familiar através da lógica do agronegocinho  e  “O fim do fim do campesinato”, a tese defendida pelo MPA de que o campesinato existiu em todos os modos de produção da sociedade e que permanecerá vivo, produzindo e reproduzindo-se.
Para o MPA o campesinato é um modo de ser, viver e produzir, numa relação de solidariedade com os bens da natureza, e não de exploração. Portanto, a saída camponesa representa um avanço para toda a sociedade. Segundo Kazé “quem não vive do campesinato, precisa dele pra viver, afinal, são os camponeses que colocam mais de 70% dos alimentos que chegam nas mesas do povo brasileiro”.
 Foi enfatizado que o Plano Camponês é uma projeto estratégico para o conjunto da classe trabalhadora. A parte prática do Plano Camponês se consolida em um Programa Camponês voltado também para a classe operária e classe camponesa.  “Nosso produto do campesinato tem que chegar na mesa de quem precisa, de quem mora nas periferias, temos que brigar com o Estado para que ele ao invés de dar subsídios para as multinancionais do agronegócio,  possa investir no nosso projeto do campesinato”, afirmou a Dirigente.

O Programa Camponês está baseado em três grandes eixos: Produção, Distribuição e Consumo. Tais eixos devem estruturar os sistemas camponeses de produção com base agroecológica e, portanto, de convivência com os diferentes biomas do Brasil. Em síntese, o Programa Camponês é o novo Pacto Social entre o campesinato e o operariado.